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Fisioterapia Pélvica: A Chave para um Parto Consciente e a Saúde do Assoalho Pélvico

A gestação é um período de transformações profundas, e o assoalho pélvico — aquela rede de músculos que sustenta órgãos como útero, bexiga e intestino — é um dos grandes protagonistas (e vítimas) dessa jornada. Enquanto o corpo se adapta para acolher o bebê, essa estrutura enfrenta pressões que podem levar a disfunções como incontinência urinária, prolapsos e dor pélvica. É aqui que a fisioterapia pélvica entra em cena: não apenas como uma preparação física para o parto, mas como um escudo protetor contra complicações que ecoam além da maternidade. Seja para parto vaginal ou cesárea, essa especialidade da fisioterapia é uma aliada poderosa para fortalecer o corpo, reduzir riscos e promover uma recuperação mais tranquila. 


1. Preparação para o Parto: Fortalecimento, Elasticidade e Controle

O parto exige que o assoalho pélvico seja forte o suficiente para sustentar o bebê e flexível o bastante para permitir sua passagem. A fisioterapia pélvica trabalha essa dualidade com técnicas como:

  • Fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico: Fortalecer os músculos que sustentam a uretra, a vagina e o reto, melhorando a capacidade de contração durante o trabalho de parto.
  • Técnicas de relaxamento perineal: Massagens e alongamentos aumentam a elasticidade da região, reduzindo o risco de lacerações ou episiotomias.
  • Biofeedback: Sensores monitoram a atividade muscular em tempo real, ajudando a gestante a identificar e controlar melhor a contração dos músculos pélvicos.

Estudos mostram que mulheres que realizam fisioterapia durante a gestação têm 30% menos risco de lesões perineais e um trabalho de parto mais eficiente, com redução de até 4 horas na duração.

E a Cesárea? Também Precisa?

Sim! Mesmo quem opta pela cesárea pode se beneficiar:

  • Durante a Gravidez: A sobrecarga na região pélvica ocorre independentemente do tipo de parto. Exercícios previnem dores lombares e preparam o corpo para suportar o peso do bebê.
  • Pós-Parto: A recuperação da cesárea exige cuidados com a cicatriz e a postura. A fisioterapia ajuda a restabelecer a força muscular e a funcionalidade do assoalho pélvico, evitando complicações futuras

2. Prevenção de Disfunções Pélvicas: Um Investimento para o Futuro

O enfraquecimento do assoalho pélvico é comum após o parto, mas não inevitável. A fisioterapia atua de forma preventiva e reabilitadora:

  • Incontinência urinária: Exercícios específicos restauram o tônus muscular, devolvendo o controle da bexiga. Mulheres que praticam fortalecimento durante a gestação têm 50% menos chances de desenvolver o problema.
  • Prolapsos genitais: O fortalecimento muscular previne o deslocamento de órgãos como útero e bexiga, comum em casos de partos traumáticos ou múltiplas gestações.
  • Disfunções sexuais: Técnicas de relaxamento e fortalecimento melhoram a lubrificação vaginal e reduzem a dor durante a relação (dispareunia).

Além disso, a fisioterapia ajuda a reduzir a diástase abdominal — separação dos músculos do abdômen —, um problema que afeta 60% das gestantes e compromete a estabilidade postural.


3. Técnicas que Transformam: Da Teoria à Prática

A fisioterapia pélvica não se limita a exercícios convencionais. Inclui:

  • Terapia manual: Massagens que aliviam tensões na lombar e na pelve, ajustando a postura e melhorando a circulação.
  • Eletroestimulação: Correntes de baixa intensidade reativam fibras musculares atrofiadas, ideal para casos graves de fraqueza pélvica.
  • Exercícios com bola suíça: Melhoram a mobilidade pélvica e auxiliam no posicionamento do bebê para o parto.

Para gestantes que planejam parto normal, o treinamento inclui até simulações do expulsivo, ensinando a coordenar respiração e contrações de forma eficaz.


4. Quando Começar? Do Pré-Natal ao Pós-Parto

O ideal é iniciar o acompanhamento o quanto antes durante a gestação, sempre com a orientação do obstetra e de um fisioterapeuta especializado em saúde da mulher. As sessões são personalizadas de acordo com as necessidades individuais.

  • Pré-parto: Foco em fortalecimento, alongamento e educação sobre o trabalho de parto.
  • Pós-parto: Recomenda-se retomar as sessões 15 dias após parto normal ou 30 dias após cesárea, priorizando a recuperação muscular e a prevenção de disfunções.

5. Por Que a Fisioterapia Pélvica Ainda é Subestimada?

Apesar dos benefícios comprovados, muitas gestantes desconhecem essa prática. Culturalmente, questões íntimas como incontinência ou dor sexual são estigmatizadas, e a falta de acesso a profissionais especializados em maternidades públicas agrava o problema. A solução? Informação e políticas.

  • Inclusão no pré-natal: Países como França já integram a fisioterapia pélvica à rotina de gestantes, reduzindo em 40% as intervenções cirúrgicas pós-parto.
  • Campanhas de conscientização: Empoderar mulheres com conhecimento sobre seu corpo e direitos.

Mais do que Preparação, uma Revolução na Saúde Feminina

Independente da via de parto escolhida, a fisioterapia pélvica é uma aliada poderosa para a saúde da mãe. Ela não só prepara o corpo para o momento do nascimento, como também facilita a recuperação no pós-parto, promovendo bem-estar e qualidade de vida.

Não deixe de conversar com seu médico sobre a inclusão da fisioterapia pélvica no seu plano de preparação para o parto. Seu corpo merece esse cuidado especial!


REFERÊNCIAS:

LEAL, D. S.; AMORIM, E. R. V.; MATTOS, J. M. F. O Papel da Fisioterapia Pélvica em Mulheres com Disfunções no Assoalho Pélvico sob a Visão dos Profissionais de Saúde de uma UBS no Piauí. Revista FT, 2025. Disponível em: https://revistaft.com.br/o-papel-da-fisioterapia-pelvica-em-mulheres-com-disfuncoes-no-assoalho-pelvico-sob-a-visao-dos-profissionais-da-saude-de-uma-ubs-no-piaui/.

PITANGUI, A. C. R. et al. A Fisioterapia na Preparação para o Trabalho de Parto: Uma Revisão Integrativa. Uroginecologia, 2019. Disponível em: https://uroginecologia.facafisioterapia.net/2019/11/a-fisioterapia-na-preparacao-para-o.html.

LIMA, A. B. et al. Importância da Fisioterapia Pélvica na Preparação para o Parto Natural: Uma Revisão Integrativa. Diálogos em Saúde, 2022. Disponível em: https://periodicos.iesp.edu.br/index.php/dialogosemsaude/article/view/539.

SILVA, M. R.; FARIAS, R. R. S. Benefício da Fisioterapia Pélvica na Assistência a Mulheres Durante o Pré-Parto e Pós-Parto. Revista FT, 2023. Disponível em: https://revistaft.com.br/beneficio-da-fisioterapia-pelvica-na-assistencia-a-mulheres-durante-o-pre-parto-e-pos-parto/.

ASSISTÊNCIA FISIOTERAPÊUTICA NO TRABALHO DE PARTO. SciELO Brasil. Disponível em: https://www.scielo.br/j/fp/a/pWvNrWw9mSnLQ8Wsgsd7zGR/.

RAMOS, G. R. et al. Fisioterapia Pélvica na Mulher: Avaliação e Tratamento da Incontinência Urinária. Revista FT, 2024. Disponível em: https://revistaft.com.br/fisioterapia-pelvica-na-mulher-avaliacao-e-tratamento-da-incontinencia-urinaria/.

Stela Silva

Mãe & Blogger

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