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Benefícios do Contato Pele a Pele com o Bebê: Ciência e Vínculo que Transformam

A chegada de um bebê é um momento único, repleto de descobertas e adaptações. Entre as práticas mais recomendadas por profissionais de saúde está o contato pele a pele.. Mais do que um gesto afetuoso, essa técnica tem comprovação científica como uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento físico e emocional do recém-nascido – e também para os pais. Neste texto, exploramos os benefícios dessa prática e os estudos que a embasam.


O Que é o Contato Pele a Pele?

O contato pele a pele, ou “skin-to-skin”, é uma prática simples e poderosa que consiste em colocar o recém-nascido, semi-nu, diretamente sobre o peito do responsável logo após o nascimento e nos momentos subsequentes. A recomendação é que seja iniciado ainda na sala de parto, logo após o nascimento, e repetido diariamente nos primeiros meses de vida. Podendo , muitas vezes utilizar de recursos como um cobertor ou sling para ajudar na manutenção da temperatura corporal do bebê.


Benefícios Comprovados pela Ciência

1. Regulação da Temperatura Corporal do Bebê

Recém-nascidos, especialmente prematuros, têm dificuldade em manter a temperatura corporal. O calor da pele dos pais atua como um “termorregulador natural”, estabilizando os batimentos cardíacos e a respiração.

  • Estudo: Uma pesquisa publicada no Journal of Pediatrics (Bergman et al., 2004) mostrou que bebês prematuros em contato pele a pele mantiveram temperaturas estáveis comparáveis às de incubadoras.

2. Estímulo ao Aleitamento Materno

O contato precoce aumenta a liberação de ocitocina na mãe, hormônio que favorece a produção de leite e a contração uterina. Bebês que têm acesso ao peito durante o contato pele a pele demonstram maior sucesso na amamentação.

  • Estudo: Uma revisão sistemática da Cochrane Library (Moore et al., 2016) associou a prática a taxas 50% maiores de aleitamento materno exclusivo no primeiro mês.

3. Redução do Estresse e da Dor

O contato pele a pele diminui os níveis de cortisol (hormônio do estresse) no bebê e nos pais. Em procedimentos médicos, como coleta de sangue ou vacinas, a prática reduz a percepção de dor.

  • Estudo: Pesquisadores da Universidade de Montreal (Johnston et al., 2017) observaram que bebês em contato pele a pele choraram 82% menos durante testes de dor.

4. Fortalecimento do Vínculo Afetivo

A proximidade física libera ocitocina e dopamina, hormônios ligados ao amor e à conexão emocional. Esse vínculo é crucial para o desenvolvimento de segurança e autoestima no bebê.

  • Estudo: Um artigo na Pediatrics (Feldman et al., 2014) destacou que pais que praticaram contato pele a pele diário relataram maior sensibilidade às necessidades do filho após 6 meses.

5. Melhora no Desenvolvimento Neurológico

A estimulação sensorial do toque e do ritmo cardíaco dos pais promove conexões cerebrais saudáveis. Bebês prematuros em contato pele a pele têm menor risco de complicações neurológicas.

  • Estudo: Uma pesquisa no Journal of Perinatology (Charpak et al., 2017) acompanhou crianças por 20 anos e mostrou que aquelas que receberam o método canguru tiveram melhor desempenho cognitivo e menor taxa de hiperatividade.

6. Proteção Contra Infecções

O contato pele a pele favorece a colonização da pele do bebê por bactérias benéficas da mãe, fortalecendo seu sistema imunológico.

  • Estudo: Um estudo na Nature (Dominguez-Bello et al., 2010) relacionou a prática à redução de infecções hospitalares em recém-nascidos.

Como Praticar o Contato Pele a Pele: Passo a Passo e Dicas Essenciais

  1. Prepare o Ambiente:
    • Escolha um local tranquilo, sem correntes de ar e com temperatura ambiente (entre 22°C e 25°C).
    • Tenha um cobertor leve ou sling por perto para cobrir o bebê.
  2. Posicione o Bebê Corretamente:
    • O adulto (mãe, pai ou cuidador) deve estar sentado ou semi-deitado, em uma posição confortável e estável.
    • Remova a roupa da parte superior do tronco (se preferir, use um sutiã ou top que permita contato direto).
    • O bebê deve estar apenas de fralda, e posicionado verticalmente sobre o peito do adulto, com a cabeça voltada para o lado (para facilitar a respiração).
  3. Garanta Segurança e Conforto:
    • Apoie as costas e o quadril do bebê com uma das mãos, mantendo-o firme.
    • Cubra as costas do bebê com um cobertor ou sling para mantê-lo aquecido.
    • Certifique-se de que o rosto do bebê está visível e as vias respiratórias estão livres (nariz e boca sem obstruções).
  4. Duração Ideal:
    • Recém-nascidos: Recomenda-se pelo menos 60 minutos seguidos, 1 a 2 vezes ao dia.
    • Prematuros: Em UTINs, o método canguru pode ser feito por várias horas diárias, conforme orientação médica.
  5. Inclua os Pais e Parceiros:
    • O contato pele a pele não é exclusivo da mãe! Pais e parceiros devem participar para fortalecer o vínculo afetivo e dar apoio.

Dicas para Diferentes Situações

Após o Parto (Inclusive Cesárea):

  • Inicie o contato pele a pele imediatamente após o nascimento, se possível, mesmo em casos de cesárea (a menos que haja contraindicação médica).
  • Enquanto a mãe se recupera, o pai ou acompanhante pode assumir o contato.

Para Bebês Prematuros:

  • Em UTINs, o método canguru é adaptado com supervisão da equipe médica. O bebê é colocado em posição vertical entre os seios da mãe ou do pai, com monitoramento de sinais vitais.

Em Casa:

  • Use um sling ergonômico para manter o contato pele a pele enquanto realiza tarefas leves (caminhar, ler ou assistir TV).
  • Aproveite momentos como amamentação ou hora da soneca para prolongar o contato.

Para Bebês Mais Crescidos:

  • Mesmo após os primeiros meses, o contato pele a pele continua benéfico. Pratique durante cólicas, vacinas ou momentos de agitação para acalmar o bebê.

Cuidados Importantes

  • Evite Sono Profundo do Cuidador: Se estiver muito cansado, pratique o contato pele a pele sentado em uma cadeira firme ou com alguém por perto para auxiliar.
  • Higiene: Lave o peito e as mãos antes do contato, especialmente se houver uso de perfumes ou cremes que possam irritar a pele do bebê.
  • Respeite o Bebê: Se ele chorar ou parecer desconfortável, verifique a posição, temperatura ou necessidade de alimentação/troca de fralda.

Conclusão

O contato pele a pele vai muito além de um momento de carinho: é uma intervenção simples, mas cientificamente comprovada, que impacta positivamente a saúde física e emocional do bebê e da família. Em um mundo onde tecnologia e rotinas aceleradas dominam, essa prática ancestral nos lembra do poder terapêutico do toque humano.


Referências Bibliográficas

  1. BERGMAN, N. J. et al. Randomized controlled trial of skin-to-skin contact from birth versus conventional incubator for physiological stabilization in 1200- to 2199-gram newborns. Journal of Pediatrics, 2004.
  2. MOORE, E. R. et al. Early skin-to-skin contact for mothers and their healthy newborn infants. Cochrane Database of Systematic Reviews, 2016.
  3. JOHNSTON, C. et al. Skin-to-skin care for procedural pain in neonates: a systematic review. Pediatrics, 2017.
  4. FELDMAN, R. et al. Parent–infant synchrony and the construction of shared timing. Pediatrics, 2014.
  5. CHARPAK, N. et al. Twenty-year follow-up of kangaroo mother care. Journal of Perinatology, 2017.
  6. DOMINGUEZ-BELLO, M. G. et al. Delivery mode shapes the acquisition and structure of the initial microbiota across multiple body habitats in newborns. Nature, 2010.

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Stela Silva

Mãe & Blogger

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