Ao observar seu recém-nascido, você nota que ele inclina a cabecinha sempre para o mesmo lado e parece ter dificuldade para virar o pescoço? Isso pode ser um sinal de torcicolo congênito, uma condição comum em bebês, mas que, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, tem excelentes chances de recuperação. Neste post, explicaremos o que é, como identificar e quais são as opções de cuidado para garantir o bem-estar do seu pequeno.
O que é o Torcicolo Congênito?
O torcicolo congênito é uma condição presente desde o nascimento em que o bebê apresenta inclinação da cabeça para um lado, geralmente acompanhada de dificuldade para movimentar o pescoço. Isso ocorre devido ao encurtamento ou tensão do músculo esternocleidomastóideo (ECM), que liga a base do crânio à clavícula. A boa notícia é que, na maioria dos casos, o problema é resolvido com intervenções simples.
Causas do Torcicolo Congênito
As causas exatas ainda são estudadas, mas os principais fatores associados são:
- Posição intrauterina: Bebês que ficaram “apertados” no útero, especialmente em gestações múltiplas ou na posição pélvica, podem ter o músculo ECM comprimido.
- Trauma durante o parto: O uso de fórceps ou ventosas, ou mesmo partos mais prolongados, podem lesionar o músculo.
- Fibrose muscular: Em alguns casos, forma-se um nódulo fibroso no ECM, limitando a elasticidade.
Como é Feito o Diagnóstico?
O diagnóstico geralmente é clínico, feito pelo pediatra ou ortopedista pediátrico através de:
- Exame físico: Observação da inclinação da cabeça e palpação do músculo para identificar rigidez ou nódulos.
- Teste de mobilidade: Verifica se o bebê consegue virar o pescoço para ambos os lados.
- Ultrassom: Em casos duvidosos, exames de imagem podem confirmar alterações no músculo.
Sinais de alerta para os pais:
- Preferência por mamar sempre no mesmo seio.
- Dificuldade em acompanhar objetos com o olhar para o lado contrário.
- Assimetria facial ou na cabeça (plagiocefalia).
Tratamento: Como Ajudar Seu Bebê?
Quanto mais cedo iniciar o tratamento, melhores os resultados! As opções incluem:
- Fisioterapia: Exercícios de alongamento suaves, feitos por um profissional, ajudam a relaxar o músculo. Os pais também podem aprender técnicas para replicar em casa.
- Estimulação em casa:
- Posicionar brinquedos ou chamar a atenção do bebê para o lado menos favorecido.
- Alternar o lado do colo durante as mamadas.
- Incentivar o “tummy time” (barriga para baixo) para fortalecer a musculatura.
- Cirurgia: Raramente necessária, é considerada apenas se não houver melhora após 12 meses de fisioterapia.
Conclusão
O torcicolo congênito não é motivo para pânico, mas exige atenção e ação rápida. Com acompanhamento profissional e carinho dos pais, a maioria dos bebês recupera totalmente os movimentos do pescoço em alguns meses. Fique atenta aos sinais e não hesite em buscar orientação médica para garantir o desenvolvimento saudável do seu filho!
Referências Bibliográficas
- Cheng, J. C., et al. (2001). Clinical determinants of the outcome of manual stretching in the treatment of congenital muscular torticollis in infants. The Journal of Bone and Joint Surgery.
- Kaplan, S. L., et al. (2013). Physical therapy management of congenital muscular torticollis: A 2018 evidence-based clinical practice guideline. Pediatric Physical Therapy.
- Storer, S. K., & Skaggs, D. L. (2020). Torticollis in children: An update. Current Opinion in Pediatrics.